MEMÓRIAS DA INFÂNCIA
Nascemos com uma memória
considerável do nosso verdadeiro lar, do outro lado, da maravilhosa
dimensão que acabámos de deixar para podermos entrar de novo num corpo físico.
Nascemos com uma capacidade tremenda para receber e dar amor, para
experimentar alegria pura, assim como para experimentar plenamente o momento
presente. Enquanto crianças, não nos preocupamos com o passado, nem
com o futuro. Sentimos e vivemos cada momento de uma forma totalmente
espontânea, exactamente como era suposto experimentarmos esta
dimensão física.
O assalto às nossas mentes começa
logo quando somos crianças pequenas.
Os valores e as opiniões
parentais e da sociedade, bem como os valores culturais e religiosos que nos
são transmitidos suprimem os nossos conhecimentos inatos.
Se
resistirmos a este ataque, somos ameaçados com o medo, a culpa, o ridículo, a
crítica e a humilhação.
Para além disso, pode ainda pairar sobre nós o espectro do ostracismo, da perda do amor, do abuso físico e emocional.
Os nossos pais, os nossos
professores, a sociedade e a nossa cultura podem ensinar-nos - e fazem-no
muitas vezes "perigosas falsidades".
O mundo em que vivemos é disso prova
cabal, nesta sua progressão desenfreada para uma destruição irreversível.
Se lhes dermos uma oportunidade,
as crianças podem ensinar-nos o caminho de saída.
Temos muito para aprender com as
nossas crianças, antes que elas se esqueçam. Nesta, e em todas as
outras vidas, também fomos crianças.
Recordámo-nos e esquecemo-nos, e
para nos salvarmos a nós próprios, para salvarmos o nosso mundo, temos
agora que nos lembrar de novo.
Com coragem, temos de ultrapassar
a lavagem ao cérebro a que fomos submetidos e que provocou em nós tanta dor e
desespero. Precisamos de recuperar a nossa capacidade de amar, de sentir a
alegria.
Temos de voltar a ser completamente humanos, como éramos quando crianças.
A observação da alegria e da
espontaneidade das crianças a brincar é sempre uma experiência
compensadora. Muitos de nós já esquecemos o que é divertirmo-nos a sério e apreciar
os prazeres simples da vida.
Preocupamo-nos demasiado com conceitos como o
sucesso e o insucesso, com o tipo de impressão que provocamos nos
outros e o futuro. Esquecemo-nos de como é que se brinca e de como nos
divertirmos. As nossas crianças podem ajudar-nos a recordar isso.
Elas recordam-nos os nossos
valores primários, aquilo que é verdadeiramente importante na
vida: alegria, divertimento, despreocupação no momento presente, confiança e o
valor das boas relações.
Vamos aprender com as nossas crianças, elas têm tanto para nos ensinar
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